Quantcast
Channel: Leg@l » e-crime
Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Cyberódio e as Jujubas

$
0
0

O cyberódio é o tema da capa da Revista Info deste mês. Foi tema de um de meus projetos de doutorado no ano passado, que acabei não

Jujubas e Candy Crush

Foto de Spencer Toth Sydow

vingando em desenvolver.

É um assunto muito interessante e de muitas facetas. Pouco se escreveu sobre o assunto e há muitos aspectos importantes para serem citados.

Para começar, cyberterrorismo é cyberódio. Flagging é cyberódio. Cyberbullying é cyberódio. Injúria racial pela rede é cyberódio. Apologia ao nazismo via fóruns é cyberódio (em alguns países).

Mas cyberódio é uma faceta de outra atividade informática: a cyberobsessão.

A cyberobsessão pode se desenvolver como uma obsessão negativa que gera consequências prejudiciais propositais como as acima mencionadas, mas pode se desenvolver como uma obsessão positiva: uma adoração exagerada.

Adorações exageradas podem gerar consequências prejudiciais também, mas não necessariamente geradas com o intuito de causar maus. O cyberstalking é um exemplo. A perseguição virtual pode gerar incômodos e causar sensação de insegurança e ameaça naquele que está sendo seguido, mas não raramente o apaixonado ou o aficcionado apenas estão admirando ou seguindo seu objeto de desejo.

A cyber religiosidade impositiva, o cyberfanatismo (por futebol, banda, ideal político, etc) também podem ser apenas exageros em crenças. E seu incômodo pode advir de um excessivo esforço impositivo, um esforço de convencimento gerador de desagrado.
Tanto obsessões positivas quanto negativas terminam por incomodar muita gente ao redor. Quando o incômodo ultrapassa a barreira do tolerável e começa a tangenciar violações de bens jurídicos como segurança, privacidade, paz pública e assim por diante, o direito penal aparece para impedir o prosseguimento de tais atividades, impondo penas.

Brincadeiras a parte, o jogo Candy Crush está se tornando, para muitos, obsessão. Para quem não conhece, é um jogo estilo diamonds, de estratégia. Só que ao invés de combinar pedras preciosas, combina-se doces, bombons, balas, doces, brigadeiros.

Virou até pedaço do novo clipe do PSY.

Vejo dois problemas nesse jogo.

O primeiro é o EXCESSIVO uso do Facebook. Quem permite que o jogo acesse sua conta e publique em seu nome (e é imprescindível isso para evoluir no jogo), imporá a todos os seus amigos que vejam cada vez que passar de fase, imporá que enviem vidas e movimentos o tempo todo, imporá que ajudem a destravar o trem que o leva à próxima bateria de enigmas e episódios e mandará mensagens para seus amigos, cada vez que sua pontuação bater a pontuação deles. É automático que tudo isso é feito. Mas quanto mais você joga, mais você incomoda seus amigos. Parece uma obsessão.

O segundo problema que vejo, é que eu já desenvolvi um certo ódio por aquele amigo que sempre está na minha frente no placar. Não importa quantas vezes eu jogue ou quão bem eu pontue. Ele sempre está na minha frente. E eu o odeio por isso…

Vai uma jujuba aí?


Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Latest Images

Trending Articles





Latest Images